Sob espessa neblina a envolver a cúpula da Basílica de São Pedro, milhares de fiéis começaram a se reunir na Praça de São Pedro, no Vaticano, na madrugada desta quinta-feira (05/12), para assistir ao funeral do papa emérito Bento XVI. O papa Francisco se fez presente para se despedir de seu antecessor, falecido no último sábado (31/12), aos 95 anos.
“Bento (…) que a tua alegria seja perfeita escutando definitivamente, e para sempre, a voz do Senhor”, pediu o papa durante a missa presidida em cadeira de rodas. No último adeus, Francisco destacou sua “entrega contínua nas mãos de seu Pai. Mãos de perdão e compaixão, de cura e misericórdia, mãos de unção e de bênção”, pouco antes de o caixão ser transportado para o interior da Basílica, para sepultamento.
O papa argentino falou diante do caixão de madeira, onde jaz o corpo de Joseph Ratzinger, com uma cópia dos Evangelhos em cima e colocado no átrio da Basílica. A presença de um papa no funeral de seu predecessor não tem precedentes na história recente da Igreja.
Fiéis devotos
Quando os sinos batiam, às 07 horas locais, a italiana Daniela Notarbartolo, de 69 anos, já caminhava na Praça de São Pedro, após sete horas de comboio. Para ela, sua presença no funeral de Bento XVI tem uma justificativa: “Gostamos muito dele. Reconhecemos nele uma ajuda para a nossa fé.”
No mesmo horário, mãe e filho, Maria, de 46 anos, e Emanuel, de 12, também se dirigiam à praça. “É uma oportunidade muito importante”, resumiu Emanuel Sevi, enquanto Maria Vicentini contava que já tinha assistido ao funeral do papa João Paulo II (1920-2005).
“O amor [pelos papas] é o mesmo. Mas cresci com João Paulo II”, declarou a italiana de Roma, acrescentando que de Bento XVI admirava, particularmente, o momento em que “ficava em adoração”.
De Munique, na Alemanha, Martina Scharding, de 44 anos, o marido e cinco filhos aceleravam o passo para assistir ao funeral do último papa alemão. “É uma pessoa especial, um grande teólogo, foi muito importante para a Alemanha”, disse.
Pela Praça de São Pedro, onde a segurança é rigorosa, Frederico Batistte, de 65 anos, juntou-se, como voluntário, ao grupo da Proteção Civil da região de Lazio. Em 2005, no funeral de João Paulo II, também o fez, mas a diferença é substancial. “A essa hora já estava cheia”, lembrou. Cerca de 100 mil pessoas deverão assistir nesta quinta (05) às cerimônias fúnebres de Bento XVI, segundo as autoridades locais.
Um pouco depois, Manuel Runch, 46 anos, um padre indiano que vive e trabalha em Roma, corre para os portões com uma pasta na mão. “O papa Bento XVI representou para nós um farol em nossa jornada de fé. Foi um professor, um guia para todos nós do mundo”, disse enquanto se dirigia, a passos rápidos para os postos de controle.
Bento XVI
O papa emérito Bento XVI, que morreu no sábado (31) com 95 anos, abalou a Igreja ao renunciar ao pontificado por motivo de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de completar oito anos no cargo.
Joseph Ratzinger, que foi papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se o primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
Fonte: Informações Agência Brasil e UOL.