Um homem foi condenado a 52 anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, por abusos sexuais praticados contra a enteada no município de Ferros, na região Central do estado. A mãe da menina foi sentenciada a oito anos de reclusão, em regime fechado, pelo mesmo crime, mas por omissão na guarda e na proteção da criança. Ela também foi condenada a perda do poder familiar
O padrasto e a mãe da menina foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pelo crime de estupro de vulnerável, praticado contra menor de 14 anos. Atuaram no caso os promotores de Justiça Jorge Victor Cunha Barretto da Silva e Renato Ângelo Salvador Ferreira.
Segundo a denúncia, os quatro abusos sexuais sofridos pela vítima ocorreram nas ocasiões em que estava na casa da mãe, uma vez que a guarda da criança era compartilhada com o pai. O primeiro estupro ocorreu quando a menina tinha apenas cinco anos, em 2016, ocorrendo outras vezes, em 2018, 2023 e 2024.
Para evitar que a enteada contasse sobre os crimes, o padrasto pressionava a menina a ficar calada. Os casos só vieram à tona quando a menina adolescente revelou os abusos sofridos a sua madrasta, enquanto estava na casa do pai. A suspeita teria surgido porque a vítima demonstrava tristeza cotidianamente e chorava sempre que era levada para a casa da mãe.
De acordo com a sentença, a conduta omissa da mãe da menina ficou comprovada em relação ao estupro ocorrido em de 2024, “uma vez que a ré já havia presenciado o abuso realizado anteriormente… e não tomou as medidas necessárias para evitar que novos estupros ocorressem, inclusive permitindo que o [padrasto] ficasse sozinho na mesma residência que a vítima”.