A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) alcançou novos resultados na investigação relacionada à morte de cinco crianças, naturais de Timóteo, no Vale do Rio Doce, e a duas tentativas de homicídio contra um adulto e outro menor de idade.
Um homem de 58 anos – ex-companheiro da principal investigada e mãe das vítimas fatais, uma mulher de 40 – foi preso preventivamente no último dia 25, após apurações indicarem o envolvimento dele em abusos sexuais contra menores de idade.
Entenda
No dia 5 de agosto deste ano, a suspeita de 40 anos foi detida em Portugal. Ela havia deixado o país no curso das investigações e foi presa como foragida da Justiça. Ela é investigada por matar cinco dos sete filhos, em um intervalo de 15 anos.
Segundo a delegada Valdimara Teixeira de Paula Fernandes, da equipe de investigação de homicídios em Timóteo, as vítimas fatais tinham entre 10 meses e 3 anos de idade. Duas delas foram mortas em 2010, com diferença de 32 dias entre os óbitos. Em 2019, houve mais duas mortes no período aproximado de dois meses. O quinto caso foi em 2023. Já os atentados contra o primeiro filho e o marido ocorreram em 2008 e 2022, respectivamente.
As investigações da PCMG apontaram que a suspeita administrava medicação às crianças para reduzir o nível de consciência, o que dificultava a respiração e provocava asfixia.
Desdobramentos
Em desdobramento às investigações, a equipe da Polícia Civil em Timóteo descobriu que durante o período de convivência do suspeito de 58 anos com a mulher, ele teria abusado sexualmente das irmãs da investigada, então menores de idade.
A delegada Valdimara Teixeira detalha que as vítimas foram submetidas a atos de extrema violência contra a dignidade sexual. “Diante da gravidade das denúncias, foi instaurado procedimento próprio para apuração dos crimes sexuais”, explicou. “Paralelamente, verificou-se que o suspeito atuava de forma deliberada para ameaçar, coagir e intimidar testemunhas, em clara tentativa de obstruir a Justiça, falsear a verdade e comprometer os trabalhos investigativos. Com base nessas evidências, a Polícia Civil representou pela sua prisão preventiva, prontamente deferida pelo Poder Judiciário”, completou.
O homem foi preso no bairro João XXIII e tentou se esconder da equipe policial no momento da abordagem, mas foi contido e, posteriormente, encaminhado ao sistema prisional.
As investigações prosseguem para elucidação de todos os fatos.