Após manifestação favorável do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Justiça deferiu medidas cautelares contra uma escrivã da Polícia Civil do estado, que atua em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.
Segundo consta dos autos de Inquérito Policial, a escrivã interferiu em diversos procedimentos de investigação, abusando de sua condição de policial, tendo inserido dados falsos em sistemas informatizados da polícia, fraudado procedimentos e coagido servidores com o intuito de manipular procedimentos investigatórios nos quais os suspeitos eram seus parentes ou amigos.
A pedido do Ministério Público e da autoridade policial, o juízo da 1ª Vara da Comarca de Araçuaí deferiu as seguintes medidas cautelares: proibição de manter contato com as testemunhas, suspensão do exercício da função de escrivã da Polícia Civil até o fim das investigações e da fase de instrução da ação penal dela decorrente e suspensão do direito de porte de arma de fogo.
A promotora de Justiça Samira Rezende Trindade Roldão ressalta que “ante à lamentável corrupção sistêmica, o Ministério Público segue reafirmando o seu compromisso inegociável de combate à imoralidade e à ilegalidade, em todas as esferas de atuação: civil, administrativa e criminal”.
A decisão judicial adverte que o descumprimento das medidas cautelares poderá ensejar a decretação da prisão preventiva da escrivã e determina a comunicação da decisão à Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais para que sejam tomadas as medidas cabíveis.