Nesta semana o Memorial Vale preparou uma programação especial para participar do Noturno nos Museus, em que os museus de Belo Horizonte são convidados a ficarem abertos das 18h às 22 horas, conforme a proposta da Prefeitura de Belo Horizonte de ampliação da visitação neste período. No dia 14, sexta-feira, a primeira atração será a exibição do espetáculo “Festa no Céu”, do artista Dê Jota, que ficará disponível no YouTube a partir das 8 horas. Às 11 horas acontece a peça infantil Mbyky, do Núcleo Coelhos Mordem; às 16 horas haverá a oficina teatral “Makamba Brincante” de Roniza Santiago e Rita Aragão. Às 19h30 haverá o show de rap da MC Kainná Tawá. Todas as apresentações são gratuitas.
Nesta quinta-feira, dia 13, às 19 horas, haverá o show “O Grande Sítio Místico”, com Livia Itaborahy e Thiago Delegado, que faz parte do projeto “Música de Câmara” e que tem a curadoria da Orquestra Ouro Preto. A apresentação é gratuita e é preciso retirar o par de ingressos uma hora antes do evento.
Exposições no Noturno dos Museus
Três exposições são atrações imperdíveis e fazem parte da programação do Noturno dos Museus: “Retro/Ativa”, do videoartista Eder Santos; “Corpos Sem Filtro: narrativas visuais de mulheres com deficiência”, de Fatine Oliveira e “Simbiogêneses”, de Tuane Eggers.
Ação do Educativo
Aos finais de semana (sábado das 11h às 13h, e domingo das 13h às 15h) o Educativo do Memorial Vale convida para uma imersão nas obras do videomaker Eder Santos que estão em sua exposição Retro/Ativa, criando projeções com desenhos em placas acrílicas e exibindo na parede com um projetor desenvolvido pelo Educativo.
O Memorial Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, fica na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, e tem entrada gratuita.
Confira a programação completa:
Dia 13, quinta, às 19 horas
Show “O Grande Sítio Místico”, com Livia Itaborahy e Thiago Delegado
O Memorial Vale recebe no dia 13 de julho, próxima quinta-feira, às 19 horas a cantora Livia Itaborahy e o violonista Thiago Delegado com o show “O Grande Sítio Místico”, espetáculo inspirado na junção das canções icônicas dos álbuns “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, de 1977, e “O Grande Circo Místico”, de 1983. O show faz parte do projeto “Música de Câmara” que acontece no Memorial Minas Gerais Vale e tem a curadoria da Orquestra Ouro Preto. Com apresentações intimistas, o “Música de Câmara” apresenta ao público, uma vez por mês, trabalhos de artistas que vêm escrevendo seus nomes na música brasileira contemporânea, enaltecendo principalmente a cena da capital mineira, tão rica e diversa. O show é gratuito, mas é preciso retirar o par de ingressos uma hora antes do evento, pois os lugares são limitados.
A cantora Livia Itaborahy e o violonista Thiago Delegado criam nesse show narrativas musicais inéditas em um diálogo lúdico entre as canções de Edu Lobo, Ivan Lins, Dori Caymmi, Sérgio Ricardo, Gilberto Gil e outros grandes nomes da música popular brasileira.
Dia 14, sexta-feira, às 8 horas
Exibição do teatro-filmado “Festa no Céu”, da Companhia Dois em Um
O Memorial Vale recebe em seu YouTube, no dia 14, a partir das 8 da manhã, o vídeo do espetáculo ‘Festa no Céu”, um trabalho inédito dirigido pelo artista Dê Jota, contando com a atuação e manipulação de personagens e objetos de Thalis Vilas Dama e produção executiva de Lucas Prado. As personagens e figuras utilizadas no trabalho foram confeccionadas pelos artistas Thalis Vilas Dama e Dê Jota. A dramaturgia bebe da fonte dos contos folclóricos, do universo mitológico das divindades e da fauna brasileira. Integra o projeto Convocatória 2022 do Memorial Minas Gerais Vale.
Dia 14, sexta-feira, às 11 horas
Espetáculo infantil Mbyky, do Núcleo Coelhos Mordem
O Memorial Vale convida para a peça infantil Mbyky, do Núcleo Coelhos Mordem, que vai contar, no dia 14 de julho, às 11 horas, uma história passada a mais de 3.800 metros de altura do nível do mar, no Lago Titicaca, que fica na fronteira entre Peru e Bolívia, na Cordilheira dos Andes. Os povos originários andinos viventes na sua margem contam histórias sobre o Lago há mais de dez mil anos e essas narrativas foram sopradas pelo vento sudoeste nos ouvidos de Eduardo, que as reconta para o público. O evento integra o o projeto Convocatória 2022 do Memorial Minas Gerais Vale. É preciso retirar os ingressos uma hora antes do evento, sendo permitido um par de ingressos por pessoa, pois os lugares são limitados. A entrada é gratuita.
Dia 14, sexta-feira, às 16 horas
Oficina/apresentação teatral Makamba Brincante
O Memorial Vale convida o público a assistir e participar da oficina e apresentação teatral Makamba Brincante, de Roniza Santiago e Rita Aragão no dia 14 de julho, sexta-feira, às 16 horas. Será um evento de palhaçaria, cantoria e brincadeiras das Makambas Brincantes Roniza e Rita, que vão convidar as crianças a saírem um pouquinho das telas e a se divertirem brincando junto. O evento integra o projeto Diversidade Periférica, com a curadoria de Paulo Victor. É preciso retirar o par de ingressos uma hora antes do evento, pois os lugares são limitados. A entrada é gratuita.
O projeto Makambas Brincantes é criação das artistas Roniza Santiago e Rita Aragão, que se inspiraram no conceito da palavra Makamba (de origem Bantu), que significa amigos, e do desejo de promoverem o ato de brincar na comunidade onde vivem, a Vila Acaba Mundo, na região Sul de Belo Horizonte. Há mais de 10 anos Roniza e Rita promovem brincadeiras com crianças para o estímulo da criatividade, do desenvolvimento do lúdico e do viver em sociedade. Com ampla formação artística nas áreas de dança, música, teatro e circo, carregam no currículo do Makamba Brincante o Prêmio de Inovação Comunitária, realizado pela Associação Querubins e a Brazil Foundation. O projeto também compôs mostras como o FAN (Festival de Arte Negra), Solo Negro da Cia Burlantins e Mostra Negras Autoras com o espetáculo brincante teatral “Menineça Sabi: O Sabor da Infância”, que também circulou por centros culturais da cidade. Para saber mais sobre o projeto, visite as páginas do Instagram e Facebook @makambabrincante.
A Oficina Makamba Brincante é um espetáculo e oficina do grupo Makamba Brincante que resgata brincadeiras tradicionais e do continente africano. Rita explica que atuam em datas festivas do calendário com as crianças da vila Acaba Mundo, mas que também fora delas. “A gente resgata brincadeiras dos idosos da vila e leva para os mais novos, com festas, café da manhã. A gente junta forças, cada um colabora com alguma coisa e todo mundo volta a ser criança”, afirma. Roniza relembra a infância livre que tiveram, das brincadeiras na rua ao falar do contraponto importante à ser feito sobre a influência do mercado tecnológico. São trabalhados temas como uso de telas, presença, companheirismo, amizade e cultura africana, as crianças são conduzidas por diversas brincadeiras como pula corda, amarelinha africana e outras brincadeiras que envolvem ritmo, atenção, parceria e imaginação. “As brincadeiras tradicionais são importantes para essas crianças. Brincar coletivamente está cada vez mais raro”, reflete Rita. Elas reforçam que toda a cidade é convidada a participar. Atividades do Makamba são abertas, gratuitas e marcadas pela diversidade cultural e o fortalecimento étnico racial, contribuindo com a formação crítica e reflexiva e o protagonismo infantil. Se hoje a rua é algo perigoso e ameaçador ao desenvolvimento da criança, a brincadeira tradicional garante a presença do lúdico, da situação imaginária e coloca a rua como mais um lugar de criação e socialização. Para Roniza é por este motivo pelo qual o trabalho do Makamba é importante, “a cultura da criança é uma forma lúdica de reinventar a vida, uma oportunidade de leitura de mundo e reflexão sobre a identidade e a maneira individual de agir como cidadão”, finaliza.
O projeto Diversidade Periférica traz mensalmente para o Memorial Minas Gerais Vale uma programação artística-cultural com conteúdos que mergulham na trajetória ancestral dos becos e vielas do espaço de saber chamado Favela, e também das comunidades de periferia de Belo Horizonte e vizinhanças. Os curadores são PV Seu Vizinho e Negona Dance. Paulo Vitor Ribeiro, o PV Seu Vizinho, homem negro, nascido e criado na Vila Marçola, no Aglomerado da Serra, cursou de Engenharia de Produção pela UFMG (incompleto), com formações complementares em gestão cultural e empreendedorismo social. É atuante nos debates sobre as construções de políticas públicas culturais junto à administração pública. É fundador da Associação Sociocultural Seu Vizinho, iniciativa independente e sem fins lucrativos que atua com arte e cultura como formação e que trabalha em rede com coletivos e organizações do Aglomerado da Serra. Welleton Carlos, Negona Dance, é morador do Aglomerado da Serra/BH, tem 25 anos e além de ser dançarino intérprete e coreógrafo é também produtor cultural. Negona Dance hoje é diretor e coreógrafo do Grupo Identidade Oficial, é dançarino e coordenador do Favelinha Dance e estuda Dança na UFMG. Ele também é pesquisador e dançarino de funk, faz parte do Observatório das Quebradas, um coletivo político cultural de defesa da cultura afro-periférica urbana, é um dos produtores do Baile Funk da Serra e faz parte da equipe do Lá da Favelinha e ACM Cafezal.
Dia 14, sexta-feira, às 19h30
Show de Kainná Tawá
O Memorial Vale convida para o show de rap da MC Kainná Tawá, que tem a arte e a música em seu cotidiano e vem se destacando na cena belo-horizontina. Ela fará show gratuito no pátio interno do Memorial Vale, a partir das 19h30, e sua apresentação faz parte das atividades do Noturno nos Museus, ação em que os museus e centros de referência vinculados à Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte se unem a outros equipamentos museais da cidade e permanecem abertos à noite. Em sua 8ª edição, o evento reunirá 30 instituições entre museus, centros de referência e centros de memória.
A classificação etária do show é de 16 anos e a entrada é livre de acordo com a lotação do espaço. Integra o projeto Convocatória 2022 do Memorial Minas Gerais Vale.
Kainná Tawá começou sua carreira fora do rap. Dançarina e artista circense, ela se tornou MC em 2013, quando abriu um show de MV Bill na capital mineira. Aos 15 anos, entrou para o grupo Remanescentes, e a experiência durou de 2006 a 2008. Mais tarde, mudou-se para Salvador, onde participou de festivais e estabeleceu importantes parcerias, como com o projeto Ancestralidade Musicalizada, ocasião em que abriu o show do rapper Black Alien. Em 2020, a artista retornou a BH e iniciou o processo de produção do seu primeiro EP solo.
Exposições em andamento
Até 23 de julho – Exposição Retro/Ativa, de Eder Santos
O videoartista Eder Santos abriu a exposição Retro/Ativa no Memorial Vale. São nove videoinstalações que traçam um panorama histórico da produção do artista multimídia mineiro e dialogam com o espaço arquitetônico do edifício histórico do Memorial Vale e de seu entorno. A exposição itinerante fica em cartaz em Belo Horizonte até dia 23 de julho, antes de circular por outras três capitais brasileiras: Belém, no Pará; São Luiz, no Maranhão; e Vitória, no Espírito Santo. Gratuita, a visitação acontece das 10h às 17h30, às terças, quartas, sextas e sábados; e das 10h às 21h30 às quintas-feiras. A exposição “Retro/Ativa” é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura, e tem patrocínio do Instituto Cultural Vale.
Nascido em Belo Horizonte, Eder José dos Santos Júnior iniciou seus estudos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas mudou-se para o curso de Programação Visual na Fundação Mineira de Arte Aleijadinho (Fuma), onde se graduou em 1984. Videoartista, cineasta, roteirista e designer gráfico, possui obras nos acervos permanentes de vários museus e sua participação em bienais e festivais no Brasil e no exterior é vasta. Tem uma premiada carreira como diretor de cinema e TV. Na música, soma parcerias com o multi-instrumentista e compositor Paulo Santos, do grupo mineiro Uakti.
Entre suas obras, estão a videoinstalação “The Desert in My Mind” (1992), que convida os espectadores a caminharem sobre as imagens; “Janaúba” (1993), vídeo que evoca uma volta às origens do audiovisual; e a instalação “Call Waiting” (2006), composta por 50 gaiolas e imagens de pássaros projetados, que remetem a memórias de infância e às aves que o pai do artista criava. Além de se dedicar à criação de exposições, videoinstalações e vídeo performances, Eder também é autor de trabalhos em vídeo como “Tumitinhas” (1998), “Eu Não Vou à África Porque Tenho Plantão” (1990) e “Mentiras & Humilhações” (1988). Dirigiu 15 curtas, a série de TV “Contos da Meia-Noite” (2004, TV Cultura) e os longas “Enredando Pessoas” (1995), “Deserto Azul” (2014) e “Girassol Vermelho” (2020).
Até 20 de agosto – Exposição Simbiogêneses, de Tuane Eggers
A fotógrafa Tuane Eggers abriu a exposição Simbiogêneses no espaço do Café do Memorial Vale. Tuane se dedica a retratar, por meio da fotografia, os fluxos e a impermanência da vida. Sua pesquisa atual busca pensar relações de simbioses, coexistências e cocriações com um olhar direcionado para outras espécies e diferentes paisagens da vida que acontece em rede. A exposição, que segue até o dia 20 de agosto, integra o projeto Mostra de Fotografia do Memorial Vale e tem curadoria de Eugênio Sávio. A entrada é gratuita.
Tuane Eggers é doutoranda em Poéticas Visuais pela UFRGS, mestre em Poéticas Visuais pela mesma instituição (2021) e jornalista pela Univates (2015). Seu trabalho em artes visuais é focado na fotografia, com temáticas relacionadas aos fluxos e à impermanência da vida. Em sua pesquisa atual no campo visual, investiga relações de cocriação com fungos. Algumas de suas imagens fotográficas foram exibidas em dois longas-metragens nacionais. Possui cinco publicações independentes em fotolivros. Seu trabalho já foi exposto em países como Japão, Alemanha e Rússia. Além da fotografia, também atua no campo audiovisual. Para saber mais sobre ela, visite as páginas www.tuaneeggers.com e @tuaneeggers.
Até 3 de setembro – Exposição Corpos Sem Filtro: narrativas visuais de mulheres com deficiência, de Fatine Oliveira
O Memorial Vale recebe até o dia 3 de setembro a “Exposição Corpos Sem Filtro: narrativas visuais de mulheres com deficiência”, de Fatine Oliveira. A exposição foi construída com base na pesquisa de mestrado desenvolvida e defendida por Fatine Oliveira na UFMG em julho de 2021. O trabalho articulado pela pesquisadora foi estimulado pela invisibilidade experimentada por mulheres com deficiências físicas e/ou raras que usam a plataforma Instagram para abordar o cotidiano que as envolve por meio de registros fotográficos dos corpos. A entrada é gratuita.
Longe de reforçar discursos capacitistas ou focar em narrativas de superação, a exposição convida os visitantes a observar como os afetos perpassam os percursos de mulheres com deficiência que optam por se apresentar nas plataformas digitais.
A exposição integra o projeto Novos Pesquisadores, do Educativo do Memorial Vale e tem entrada gratuita.
Serviço: Memorial Minas Gerais Vale
Endereço: Praça da Liberdade, nº 640, esquina com Rua Gonçalves Dias, Savassi
Horário de funcionamento: Terça, quarta, sexta e sábado: das 10h às 17h30, com permanência até as 18h. Quinta, das 10h às 21h30, com permanência até as 22h. Domingo, das 10h às 15h30, com permanência até as 16h. Entrada Gratuita
Memorial Minas Gerais Vale
O Memorial Minas Gerais Vale, um dos espaços culturais do Instituto Cultural Vale, já recebeu mais de 1,1 milhão de pessoas, de todos os lugares do Brasil e de outros continentes. São mais de 1.600 eventos realizados e cerca de 200 mil pessoas em visitas mediadas. Integra o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, um dos maiores complexos de cultura do Brasil. Caracterizado como um museu de experiência, com exposições que utilizam arte e tecnologia de forma intensa e criativa, é um dos vencedores do Travellers’ Choice Awards do TripAdvisor. Na curadoria e museografia de Gringo Cardia, cenários reais e virtuais se misturam para criar experiências e sensações que levam os visitantes do século XVIII ao século XXI. Mais que um espaço dedicado às tradições, origens e construções da cultura mineira, o Memorial é um lugar de trânsito e cruzamento entre a potência da história e as pulsações contemporâneas da arte e da cultura, onde o presente e o passado estão em contato direto, em permanente renovação. É vivo, dinâmico, transformador e criador de confluências com artistas independentes e com diversos segmentos da cultura mineira.