Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra suspeitos de fraudarem um concurso público realizado em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, em 28 de maio deste ano.
Como parte da operação “Effluo”, da Polícia Civil, ordens judiciais foram cumpridas contras candidatos suspeitos, nesta segunda-feira (05/06), em Caratinga, Piedade de Caratinga, Ipanema e Pocrane.
Durante a ação foram apreendidos quatro celulares, dois notebooks, um HD externo e documentos. Os suspeitos serão intimados e ouvidos oportunamente em inquérito policial.
Denúncia
Dois dias antes do concurso público, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recebeu um vídeo com denúncia da possível fraude. O conteúdo especificava, inclusive, quais candidatos seriam beneficiados. Diante disso, a Polícia Civil ficou responsável por fiscalizar a aplicação das provas.
Na última sexta-feira (02), após a realização do concurso, o MPMG recebeu um e-mail anônimo informando o vazamento de testes e gabaritos para os cargos de advogado do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), dentista protesista e enfermagem com especialização em estomaterapia. Ao analisar o site oficial da emrpesa que organizou o certame, descobriu-se que as provas não foram divulgadas, o que comprovava o vazamento.
Investigação
Diante dos indícios, a Polícia Civil passou a investigar os candidatos suspeitos de terem fraudado o concurso, identificando três deles que possivelmente teriam tido acesso às provas e aos gabaritos antes da aplicação.
Conforme apurado, três candidatos obtiveram 39 acertos em 40 questões, errando todos a pergunta 15, o que reforçou a suspeita de fraude. Assim, a PC representou pela expedição dos mandados de busca e apreensão para reunir outros elementos que ajudariam na investigação.
Agora, as autoridades pretendem esclarecer quem teria disponibilizado as provas e os gabaritos, quais candidatos foram beneficiados com o vazamento e eventual fraude no processo licitatório para contratação da banca examinadora.