Porque o acolhimento familiar é prioritário? Este foi um dos temas debatidos durante o 1º Seminário sobre Acolhimento Familiar de Itabira, realizado nesta quinta-feira (13). O evento resume a essência da importância do acolhimento de crianças e adolescentes no ambiente familiar, um ato de cuidado, afeto e compromisso coletivo que pode transformar vidas. Mais do que uma troca de conhecimentos, o seminário foi um convite à reflexão: o que cada um pode fazer para garantir o direito à convivência familiar e comunitária?
O seminário promovido pela Prefeitura de Itabira, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), em parceria com o Conselho Municipal dos Direitos das Crianças e Adolescentes (CMDCA), reuniu profissionais da rede de proteção, autoridades e representantes da sociedade civil, no auditório da Unifuncesi. O objetivo foi fortalecer o acolhimento familiar como uma medida efetiva de proteção, alternativa prioritária ao acolhimento institucional.
O prefeito Marco Antônio Lage participou da cerimônia, compartilhou uma experiência de acolhimento pessoal e ressaltou a importância do envolvimento coletivo na garantia do direito à convivência em família e na sociedade.
“Nenhuma política pública acontece sozinha. É preciso envolver a comunidade, despertar o senso de solidariedade e mostrar que acolher é transformar vidas. O acolhimento familiar representa o amor que se traduz em ação”, afirmou o prefeito.

Já a secretária de Assistência Social, Nélia Cunha, destacou o compromisso do município com o fortalecimento das políticas de proteção à infância e adolescência. “O acolhimento familiar precisa ser uma construção coletiva. Cada profissional, cada família e cada gesto de solidariedade fazem parte dessa rede de cuidado. O nosso compromisso é garantir que nenhuma criança cresça sem vínculos, pois o acolhimento cria vínculos, previne danos futuros e promove um ambiente seguro e de bem-estar”, explicou a secretária.
A programação do seminário seguiu com a palestra do promotor de justiça, Dr. Renato Ângelo Salvador Ferreira, que abordou o “Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária: Leis e diretrizes do acolhimento familiar”.
Durante a palestra, o promotor exibiu vídeos que mostram como o amor e o cuidado podem mudar a vida das pessoas. Uma fala marcante, dita por uma adolescente, resumiu o espírito do encontro: “O ruim é quando a gente não sorri”, disse a menina que foi acolhida por uma família, no estado de Goiás.
Para o promotor, Renato Ângelo, o acolhimento é uma expressão prática da solidariedade prevista na Constituição Federal ele reforçou a necessidade de ampliar o engajamento da sociedade na causa.
“Crianças que sofreram violência ou negligência precisam de um vínculo singular, de um colo. A construção de uma sociedade mais justa começa quando cuidamos da infância, o serviço de Acolhimento Familiar representa solidariedade”, disse. Dr. Renato.
Logo após, a assistente social e coordenadora do serviço de acolhimento em Belo Horizonte, Vanessa Sá, ministrou a palestra “Panorama de atuação da equipe técnica no acolhimento familiar: impactos na vida da criança, da família acolhedora e da família de origem”. Vanessa compartilhou experiências vividas na capital e destacou o papel transformador do acolhimento. “Acolher não é sobre ter a melhor casa, é sobre oferecer o melhor colo. As crianças chegam fragilizadas, com medo. O que mais precisam é de afeto, de segurança”.
O seminário contou ainda com o relato emocionante de kelly Cristina, cadastrada no serviço Família Acolhedora. Kelly compartilhou a vivência e os desafios do processo de acolhimento, reforçando a importância do apoio da rede e do compromisso coletivo para o sucesso da medida de proteção às crianças e adolescentes.
Ao final do evento, os participantes tiveram um momento de diálogo, com debates e trocas de experiências.
Como fazer parte do serviço Família Acolhedora
Ser uma família que acolhe vai muito além da solidariedade, é um ato de responsabilidade social. O cadastro deve ser feito na Secretaria Municipal de Assistência Social SMAS) e a família que tem interesse em receber uma criança ou adolescente passa por uma capitação.
Pode se inscrever no serviço qualquer pessoa ou família residente em Itabira, com idade acima de 18 anos. Alguns critérios são analisados para a inscrição, como: ter disponibilidade emocional e tempo para os cuidados necessários com a criança ou adolescente; não estar inscrito no cadastro nacional e internacional de adoção; não apresentar antecedentes criminais; além de passar por entrevistas, visitas domiciliares e capacitação oferecida pela equipe técnica.
As famílias habilitadas recebem acompanhamento constante e apoio financeiro para auxiliar nos custos do acolhimento.
Os interessados podem entrar em contato com a equipe do Serviço Família Acolhedora, na SMAS. Av. Carlos de Paula Andrade, n 135, Centro. Telefone: (31) 3839-2812



