Com números expressivos, presenças marcantes, debates inesquecíveis e fluxo surpreendente de autores locais, a quinta edição do Flitabira transcorreu com homenagens, tendo como estrela principal a Dona Rosinha, líder do Quilombo Morro Santo Antônio, que estreou na literatura, aos 66 anos, com o livro “Memórias do Meu Quilombo”.
O evento aconteceu entre os dias 29 de outubro, quarta-feira, e 2 de novembro, domingo, com o tema “Literatura, Encruzilhada e a Rosa do Povo”, no Teatro da FCCDA e na Av. Daniel Jardim de Grisólia, em Itabira. Apresentado pela por meio da Lei Rouanet do Ministério da Cultura, com o apoio da Prefeitura de Itabira e Sesc, passaram pelos diversos espaços do Festival cerca de 30 mil pessoas, espalhando arte e literatura com atividades gratuitas.
Com curadoria assinada por Sérgio Abranches, Afonso Borges, Bianca Santana, Jeferson Tenório, Leo Cunha e Carol Peixoto, quatro gigantes da literatura brasileira foram homenageados: Ana Maria Machado, Conceição Evaristo, Ignácio de Loyola Brandão e Milton Hatoum. A quinta edição do movimentou a cena cultural e a economia local, gerando empregos, renda e visibilidade para a cidade de Drummond.
A “Estação dos Autógrafos” foi um sucesso absoluto, registrando a presença de mais de 100 escritores que se inscreveram espontaneamente para lançar seus livros. As vendas foram realizadas de forma solidária, sem qualquer cobrança de taxa ou comissão — uma iniciativa que garantiu resultados expressivos e fortaleceu o protagonismo dos autores independentes.
O Prêmio de Redação mobilizou 35 escolas – o que representa 68% de toda a rede escolar de Itabira – e envolveu cerca de 12 mil estudantes em atividades de leitura, escrita e criação artística. Ao todo, foram 41 desenhos inscritos, e 40 redações. O prêmio reforça o compromisso do Flitabira em valorizar a produção literária e artística das novas gerações, incentivando a imaginação e o protagonismo dos estudantes como parte essencial do futuro cultural da cidade. O tema que norteou o Prêmio foi “A literatura na encruzilhada – O valor do livro e do escritor na vida de um país”. A ação reafirmou o compromisso do Flitabira com a educação e a formação de novas gerações leitoras e criadoras.
Nos bastidores, o Flitabira contou com uma equipe de mais de 90 profissionais diretamente envolvidos na realização do evento. Foram 30 pessoas na comunicação, 3 na fotografia, 14 na produção, além de 40 profissionais nas áreas de segurança, carregamento e limpeza.
A Livraria do Festival participou com uma equipe de 10 colaboradores, que atuaram no “coração do Festival” comercializando cerca de 3 mil exemplares. Todos os autores, ao final de cada palestra, dirigiam-se à “Estação dos Autógrafos”.
Quanto à estrutura, a montagem do 5.º Flitabira mobilizou 15 profissionais e somou 2.800 horas de trabalho, resultando em uma infraestrutura robusta e acolhedora: 480 m² de área coberta, 240 m² de piso elevado, 1.600 metros lineares de revestimento em tecido e bagun e 4.300 metros lineares de estrutura em madeira para cenografia. Foram ainda 326 m² de impressão de banners e toldos, mais de 1.900 metros de cabeamento para iluminação, 120 pontos de luz e 48 toneladas de estrutura e equipamentos.
Na programação constaram atrações infantis e juvenis, lançamentos de livros, oficinas, prêmio de redação e desenho, exposição, música e o “Flitabira da Gente”, com empreendedores da cidade, proporcionando experiência cultural completa aos participantes. Este espaço contemplou seis empreendimentos, além de foodtrucks. Além disso, foi criado um ponto de informação, bem como um espaço dedicado para recolher doação de livros que, agora, ao fim do 5.º Flitabira, serão doados.
Depois de cinco dias de rodas de conversa, oficinas, shows, lançamentos de livros e encontros, o Festival se consolida como um espaço de trocas e descobertas – um evento que faz de Itabira um ponto de encontro entre leitores, autores e todas as formas de arte que cabem na palavra, indo muito além do legado deixado por Carlos Drummond de Andrade.


