A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) integra iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançada nesta terça-feira (05/08), no Palácio da Justiça, em Brasília (DF). A edição 2025 da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas será realizada de 5 a 15 de agosto e tem como objetivo incentivar familiares de pessoas desaparecidas a doarem material genético, que será comparado com perfis armazenados nos bancos estaduais e no Banco Nacional de Perfis Genéticos.
O cruzamento de informações com pessoas falecidas ou com pessoas vivas com identidade desconhecida poderá permitir a identificação de desaparecidos.
Segundo a chefe da Divisão de Referência à Pessoa Desaparecida (DRPD), delegada Ingrid Estevam, é fundamental que os familiares de pessoas desaparecidas se engajem nesta causa para que haja possíveis identificações. “A PCMG está devidamente preparada para receber estes familiares com toda a estrutura necessária. O objetivo, todos os anos, é alcançar resultados significativos, oferecendo respostas para casos ainda não esclarecidos”, afirmou.
De acordo com o chefe de Laboratório de DNA da PCMG, perito criminal Giovanni Vitral, nos últimos cinco anos já foram identificadas 28 pessoas pelo banco de perfis genéticos. “O trabalho no Instituto de Criminalística teve início em 2014, mas os ‘matches’ [correspondências genéticas] começaram em 2019, a partir do projeto de fortalecimento da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), quando pudemos processar mais amostras de restos mortais e de familiares”, explicou.
Pontos focais
Em Belo Horizonte, os familiares deverão procurar a DRPD para emitir requisição pericial, portando documento de identificação e o Registro de Evento de Defesa Social (Reds) do desaparecimento. Em seguida, eles serão direcionados ao Instituto Médico-Legal Dr. André Roquette (IMLAR) para coleta do material, das 8h às 18h.
No interior do estado, os familiares deverão procurar a Delegacia Regional de Polícia Civil para emissão da requisição pericial e, posteriormente, serão direcionados ao Posto Médico-Legal, das 8h às 18h. Os familiares deverão levar identidade e o Reds do desaparecimento realizado na Delegacia Regional de Polícia.
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Como funciona
No IML, o familiar pode entregar qualquer material de uso pessoal do desaparecido, como barbeadores, escovas de dente, bonés, roupas usadas pelo desaparecido e que não tenham sido lavadas, escova de cabelo ou pente de uso exclusivo do desaparecido, entre outros.
Em relação ao grau de parentesco, a ordem de preferência para a coleta é de pai e mãe, pai ou mãe acompanhado de filhos, pai ou mãe, filhos e irmãos de mesmo pai e mesma mãe (no mínimo dois).
O perito Giovanni Vitral esclarece que o procedimento de coleta é simples e indolor. Após a coleta, o material é encaminhado ao Laboratório de DNA da PCMG para processamento e obtenção do perfil genético. O código é inserido no banco de dados, que busca por compatibilidades, apontando ou não a identificação da pessoa desaparecida.