Durante a cerimônia de abertura do semestre Judiciário, nesta sexta-feira (1), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez um pronunciamento contundente em resposta às sanções impostas a ele pelos Estados Unidos. O ministro agradeceu o apoio dos colegas da Corte e afirmou que uma organização criminosa tenta submeter o STF ao crivo de um Estado estrangeiro por meio de ações que classificou como “covardes e traiçoeiras”.
Moraes destacou que, mais do que ataques pessoais, está em curso uma tentativa articulada de desestabilização institucional e econômica do país. “O que se observa são condutas ilícitas e imorais de brasileiros, flagrantemente impregnadas com a cor e o odor da defesa de excusos e interesses pessoais, e o sabor amargo da traição à pátria e ao povo brasileiro”, afirmou o ministro. Segundo ele, tais ações têm sido celebradas por seus autores como se houvesse glória na traição.
O ministro denunciou que essas condutas incluíram a intermediação direta com um governo estrangeiro para a imposição de medidas econômicas contra o Brasil, resultando em tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. “Essa decisão trará sérios prejuízos aos nossos empresários e poderá causar a perda de milhares de empregos de brasileiros e brasileiras”, alertou.
Para Moraes, trata-se de uma tentativa deliberada de criar uma grave crise econômica com o objetivo de gerar pressão política e social contra o Judiciário e o Legislativo, influenciando diretamente o andamento das ações penais em fase final no STF. “A insistência dessa organização criminosa em implementar e incentivar essas tarifas e agressões internacionalmente consideradas espúrias e ilegais tem por finalidade desestabilizar o país”, pontuou.
Ele comparou o atual cenário ao modus operandi dos atos golpistas de janeiro de 2023, quando acampamentos em frente a quartéis e a invasão da Praça dos Três Poderes buscavam provocar uma comoção nacional para justificar uma intervenção militar. “O modus operandi é o mesmo. Antes, o objetivo era convocar uma GLO. Agora, é gerar colapso econômico para interferir no Judiciário. Mas não terão êxito”, finalizou.