O médico mastologista Danilo Costa foi condenado nesta terça-feira (22/07), a 43 anos de prisão por abusar sexualmente de pacientes em tratamento contra o câncer no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira.
Além da pena de reclusão, ele também deverá pagar R$ 1,3 milhão em indenizações por danos morais. A sentença é da 1ª Vara Criminal da Comarca de Itabira, e ainda cabe recurso. Danilo Costa está preso desde fevereiro, após investigação conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
De acordo com a denúncia, o médico se aproveitava da condição de vulnerabilidade emocional e física das pacientes para cometer os abusos durante atendimentos clínicos. Na sentença, a Justiça reconheceu a gravidade dos crimes, destacando que as vítimas estavam fragilizadas pelo tratamento oncológico e confiavam plenamente no profissional de saúde.
Em nota, o MPMG afirmou que respeita a decisão judicial, mas considera que alguns dos fatos mereciam penas ainda mais severas e, por isso, irá recorrer da sentença. Já a defesa do médico, por sua vez, declarou que Danilo Costa nega todas as acusações e que não irá comentar o caso por ele tramitar em segredo de justiça.
A condenação é um dos principais desdobramentos da investigação iniciada no início de 2025, que reuniu relatos de diversas vítimas. O caso gerou repercussão na cidade e mobilizou movimentos sociais em defesa das mulheres. O processo continua em andamento na esfera recursal. O Ministério Público e a defesa poderão apresentar recursos nas próximas semanas. O caso segue sob segredo de justiça, o que impede a divulgação de mais detalhes sobre o número total de vítimas e depoimentos prestados.
Mais denúncias estão sob investigação
De acordo com a promotora do caso, Marianna Michieletto da Silva, há mais denúncias ainda sob investigação da polícia. Um novo processo envolvendo pelo menos mais cinco mulheres poderá ser aberto, o que indica que o médico pode ter mais condenações futuras.