A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nesta semana, investigação que apurou um golpe de cem mil dólares aplicado contra dois empresários paulistas, em agosto de 2024, em um hotel de alto padrão localizado na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. O crime foi cometido por três homens, com idades entre 51 e 61 anos, integrantes de uma associação criminosa interestadual.
De acordo com as apurações – conduzidas pela 2ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes (Deif), vinculada ao Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes (Deccof) – os suspeitos simularam um investimento de R$10 milhões na empresa das vítimas e exigiram um “aporte inicial” em moeda estrangeira para formalizar o suposto contrato.
Durante a negociação, utilizaram documentos falsos, deslocamentos aéreos fretados e contratos simulados, criando um ambiente de credibilidade. No momento da entrega do valor, entregaram uma maleta com apenas R$5.200 em notas verdadeiras e o restante em cédulas cenográficas com a inscrição “sem valor”.

Modo de agir
De acordo com o delegado Rafael Faria, os envolvidos agiam com divisão de tarefas. Um dos suspeitos era responsável por atrair e conquistar a confiança das vítimas; o segundo se apresentava como investidor fictício; e o terceiro executava a fraude no momento da entrega do dinheiro. “Após consumar o golpe, o grupo ocultava os valores por meio de depósitos em espécie, operações de câmbio, transferências indiretas e aquisição de bens de alto valor”, revelou o delegado.
Durante o inquérito, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em imóveis nos estados de Minas Gerais e São Paulo. A PCMG apreendeu dois veículos de luxo, dinheiro em espécie, cédulas cenográficas, documentos diversos e aparelhos eletrônicos. Parte dos bens foi objeto de pedido de sequestro judicial.
Dois dos investigados foram presos preventivamente no estado paulista: um em Herculândia, no dia 10 de julho, e outro em Americana, em 21 de junho. Ambos aguardam transferência para Belo Horizonte. O terceiro suspeito continua sendo procurado.
A investigação foi encerrada com o indiciamento dos três homens pelos crimes de estelionato majorado, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar a 21 anos de reclusão.