Nesta quarta-feira (13/12), o Conselho de Ética da Câmara instaurou procedimento para apurar a conduta do deputado André Janones (Avante-MG) por suposta prática de rachadinha. O caso é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e tem como relator o ministro Luiz Fux. As informações são do G1.
Assessores e ex-assessores de Janones disseram que tiveram que repassar parte dos salários que recebiam, a partir de 2019, quando o parlamentar mineiro assumiu seu primeiro mandato.
Antigos funcionários do gabinete de Janones também divulgaram áudios nos quais o deputado fala na devolução de parte do salário para ajudá-lo a pagar contas.
Caso seja confirmado que o parlamentar cometeu crime com a administração pública, Janones poderá perder o mandato.
ENTENDA
As suspeitas sobre Janones vieram à tona após o portal Metrópoles divulgar um áudio – gravado em fevereiro de 2019 – no qual é possível ouvir o deputado dizer que utilizaria salário de servidores para ajudar a pagar suas contas de campanha; uma prática considerada como enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público.
Na gravação, registrada em conversa com servidores na sala de reuniões do Avante, na Câmara, Janones ainda diz não considerar a prática “corrupção”.
– Tem algumas pessoas aqui, [com] que eu ainda vou conversar em particular depois… Vão receber um pouco de salário a mais. E elas vão me ajudar a pagar as contas do que ficou da minha campanha de prefeito. Eu perdi R$ 675 mil na campanha. “Ah, isso é devolver salário e você tá chamando de outro nome”. Não é. Porque eu devolver salário, você manda na minha conta e eu faço o que eu quiser. O meu patrimônio foi todo dilapidado. Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 [mil]. Eu acho justo que essas pessoas também participem comigo da reconstrução disso. Então, não considero isso uma corrupção – declarou.