A suposta família adotiva de Michael Oher, ex-jogador de futebol americano de 37 anos que inspirou o filme Um Sonho Possível, de 2010, se pronunciou pela primeira vez após a notícia de que o atleta abriu um processo contra eles.
Oher afirma que nunca recebeu nada pelo longa do diretor John Lee Hancock. Estrelado por Sandra Bullock e Quinton Aaron, o filme chegou a ser indicado ao Oscar e, atualmente, está disponível na HBO Max.
O ex-astro da NFL, liga de futebol americano dos Estados Unidos, alega que Leigh Anne e Sean Tuohy, casal que o adota no filme, se aproveitaram dos seus ganhos no esporte e nunca realmente o adotaram como filho.
Oher diz que o casal vendeu a história de uma forma romantizada para ganhar dinheiro às suas custas. No longa, eles adotam o rapaz e o incentivam a perseguir uma carreira no futebol americano. O ex-jogador também defende que, na realidade, os dois fizeram com que ele acreditasse que os documentos que os tornaram os “guardiões legais” dele seriam a mesma coisa que torná-lo um filho adotivo, quando, na verdade, o caso funcionaria como uma espécie de tutela.
Segundo o processo, os lucros dos direitos do livro e do filme de Um Sonho Possível foram divididos entre Leigh Anne, Sean e os dois filhos biológicos do casal, que ganharam 225 mil dólares (aproximadamente R$ 1.122 milhão) cada um, além de 2,5% de ganhos não definidos pela obra.
Oher afirma nunca ter recebido nada pela produção.
VERSÃO DA FAMÍLIA
Ao jornal Daily Memphian, Sean Tuohy disse estar “devastado” pelas acusações feitas por Michael Oher. Ele afirma que foi o responsável pela tutela do jogador para garantir que ele conseguisse jogar futebol americano na faculdade, e não para se aproveitar dele.
– Eu sentei com o Michael e disse para ele: “Se você está planejando ir para a Universidade do Mississippi – ou até considerando a Universidade do Mississippi – nós achamos que você tem que ser parte da família”. Isso resolveria a questão legalmente. Nós contratamos advogados que nos explicaram que nós não poderíamos adotá-lo por ele já ter mais de 18 anos; a única coisa que poderíamos fazer era a tutela. Nós estávamos tão preocupados em fazer tudo certo que garantimos que a mãe biológica fosse ao tribunal – relatou.
Tuohy também negou que tenha se aproveitado de Oher com os lucros do filme, uma vez que a família, de acordo com ele, também não teria recebido nada pelo longa.
Ele afirma que o único valor recebido foi de Michael Lewis, autor do livro que deu origem ao filme, que deu metade dos lucros à família.
– Todo mundo ganhou uma parte igual, incluindo Michael. Isso foi aproximadamente 14 mil dólares (aproximadamente R$ 70 mil), cada.
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