Na ultima terça-feira, 15, um apagão atingiu 25 estados do país e o Distrito Federal, causando transtornos por seis horas. No Pará, segundo a concessionária local, dos 144 municípios do estado, o único que não foi afetado pela queda de energia foi Novo Progresso, no sudoeste paraense. O apagão de 2022 é o segundo maior da história brasileira, perdendo apenas para 2009, onde Brasil e Paraguai sofreram um apagão causado pela interrupção de três linhas de alta tensão provenientes de Itaipu, afetadas por problemas na subestação de Itaberá, em São Paulo.
Em comunicado feito no final da tarde de terça-feira, o Operador Nacional do Sistema (ONS), revelou que uma ocorrência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional interrompeu 16 mil MW de carga em estados do Norte e Nordeste do Brasil, que afetou também estados do Sudeste.
Na prática, a interrupção, que ocorreu no Ceará, foi causada pela abertura da interligação Norte / Sudeste as 8h31 da manhã. No entanto, o Ministério de Minas e Energia comunicou que haverá uma investigação aprofundada para apurar outras circunstâncias que envolvem as causas da ocorrência.
Relembre outros caos que preocuparam o Brasil ou alguns estados nas últimas décadas
2010
Estados do Norte e Nordeste enfrentaram um apagão parcial por aproximadamente 40 minutos na tarde do dia 10 de fevereiro. Segundo a Eletrobras, faltou energia por volta das 13h50 – horário local, uma hora a menos de Brasília por conta do horário de verão – e a situação foi normalizada por volta das 14h30. A falta de energia elétrica afetou os estados do Maranhão e Tocantins e parcialmente no Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Piauí e Pará.
A estatal informou que em nenhum estado o apagão foi de 100%. As causas do blecaute se deram pela interrupção de parte do fornecimento do Sudeste para o Nordeste. Apesar de ter sido relativamente curto, foi o terceiro apagão a atingir mais de um estado desde o final de 2009.
2009
Cidades das regiões Centro-Oeste e Nordeste do país lideraram o número de apagões no ano de 2009 em função de ocorrências nas linhas de transmissão de energia elétrica, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Este apagão também atingiu o Paraguai.
Foi por causa de um problema nas linhas de transmissão que 20 estados e o Distrito Federal ficaram sem energia por até sete horas no dia 10 de novembro. O governo diz que o incidente foi causado por raios que atingiram uma subestação entre São Paulo e Paraná. Três linhas de transmissão com energia de Itaipu desligaram por conta de curto-circuito.
2008
Após uma falha em uma subestação da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), o apagão afetou 24 bairros de São Paulo no dia 4 de março. O blecaute causou o desligamento dos semáforos de várias avenidas importantes, como Paulista, Nove de Julho e Brasil. Faltou energia também na Vila Mariana e na região dos Jardins.
2005
A falha de um funcionário durante a operação do sistema elétrico na subestação de Cachoeira Paulista (SP) provocou o apagão que atingiu os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo e parte de Minas Gerais. O incidente aconteceu no dia 1º de janeiro e afetou mais de 3 milhões de pessoas.
A falha humana ocorreu justamente na tentativa de corrigir um defeito técnico no sistema de linhas de transmissão operado pela Eletrobras Furnas, que desligaram sem motivo aparente. Uma terceira linha já estava desligada, por conta da menor demanda no mês. Com apenas uma linha em funcionamento, o sistema entrou em colapso. Em abril, Furnas foi multada em R$ 4,1 milhões pela falha.
2001/2002
Nos últimos dois anos do governo Fernando Henrique Cardoso, os brasileiros conviveram com o risco de um grande apagão. Por conta dos investimentos insuficientes feitos no setor energético nos anos anteriores, somados à falta de chuvas, o país entrou em uma crise energética em junho de 2001. Várias medidas foram tomadas para cortar 20% dos gastos com energia e foi criado o Ministério do Apagão para gerenciar a crise.
O racionamento “voluntário” de energia foi determinado: consumidores que atingissem as metas de economia seriam premiados, enquanto aqueles que não conseguissem reduzir seu consumo seriam punidos. Segundo o professor Tadeo, o objetivo era “dissuadir a população de usar energia, o que foi positivo no curto prazo”.
Alguns meses antes, em abril, ocorreu uma explosão na subestação da Eletrobras Furnas em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Na época foi divulgado que o disjuntor da linha de transmissão explodiu e o sistema de proteção foi acionado.
Já em janeiro de 2002, penúltimo mês do racionamento energético, um parafuso frouxo na linha de transmissão perto da hidrelétrica de Ilha Solteira (SP) provocou rompimento. Cerca de 76 milhões de pessoas ficaram às escuras em dez estados.