O acidente que vitimou a cantora Marília Mendonça não teve falha humana ou mecânica, apontou o relatório da Força Aérea Brasileira (FAB), divulgado nesta segunda-feira, 15 de maio, pelo advogado da família, Robson Cunha. O documento ainda não foi publicado, tendo sido disponibilizado, inicialmente, às famílias.
Segundo o advogado, o principal fator para o acidente foi a colisão com cabos de energia. “O que ficou claro é que a aeronave não teve nenhuma falha mecânica. As opções e as decisões tomadas pelo piloto na ocasião não foram tidas como irregulares. Ainda que ele tenha mudado o plano de voo, estava dentro daquilo que é de possibilidade do piloto, então a gente vai agora para a questão do obstáculo, que hoje se mostra como preponderante para o acidente. A gente tem que entender se o obstáculo deveria ou não ser identificado”.










Uma das orientações do relatório é a identificação dos cabos da Cemig, diz o advogado. “A partir desse evento que aconteceu com a Marília e os demais, eles [FAB] entendem [que há necessidade de] uma orientação para que a Cemig faça a identificação daqueles cabos”.
Ainda de acordo com Robson, a mãe de Marília Mendonça não quer apontar culpados. “A gente não está aqui na caça às bruxas. A posição dela sempre foi clara: nada disso aqui vai trazer a filha, a mãe do Léo de volta. O objetivo dela, o objetivo de todos, na verdade, é que situações que aconteceram como a da filha dela sejam evitadas para que mais nenhuma família passe pela dor da perda que eles passaram”.
As investigações realizadas pelo CENIPA não buscam apontar culpados ou responsáveis, “tampouco se dispõem a comprovar qualquer causa provável de um acidente, mas elaboram hipóteses que permitem entender as circunstâncias que podem ter culminado na ocorrência e, desta maneira, propõem a implementação de medidas […] com o objetivo de evitar a recorrência de acidentes aeronáuticos”, diz o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.