“Itabira está em situação de alto risco para um surto de contaminação pelas arboviroses”, alerta a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) após o resultado do primeiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) do ano. Realizado entre os dias 16 e 20 de janeiro, o Liraa apontou um percentual de infestação predial de 9,0%. No último levantamento de 2022, feito em outubro, o índice era de 5,6% – ou seja, um aumento de 60,71%. Já em janeiro de 2022, o Liraa apontou 8,5%
O Índice de Infestação Predial (IIP) é um indicativo para os municípios saberem qual a real situação de infestação nos bairros da cidade. O Ministério da Saúde (MS) classifica o IIP como: inferior a 1% – baixo risco (ideal), de 1% a 3,9% – médio risco, acima de 4% – alto risco.
Os agentes de combate a endemias (ACE) vistoriaram 1.885 imóveis da área urbana. “Estes bairros são divididos em quatro estratos, 3/4 destes estão com risco de surto e 1/4 com sinal de alerta. Assim, todo o município de Itabira deve estar atento para a eliminação de focos”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Natália Andrade.
Ainda de acordo com a SMS, cerca de 83% dos focos de dengue estão nos domicílios e peridomicílios (área no entorno das residências) e que podem ser evitados por medidas de prevenção e extermínio dos chamados criadouros (lugares que acumulam água parada). “É importante ressaltar para a população que os mosquitos já sobrevivem em água salobra e com produtos químicos. Então, não podemos deixar a água parada em hipótese nenhuma”, afirmou a superintendente.
Foram encontrados focos do Aedes aegypti nos seguintes locais: 37,2% em recipientes possíveis de remoção (garrafas, plásticos, latas), 32,4% em bebedouros e vasos de plantas, 13% em pneus e 10,1% depósitos em nível de solo (caixas d’água e tambores).
“O que precisamos de fato é da compreensão dos itabiranos para monitorar a situação dentro de casa. O destino do lixo, dos inservíveis ou recicláveis é de responsabilidade da população, tendo em vista que temos os dias e horários corretos para a coleta seletiva, orgânica e de apoio”, Natália Andrade.
Em tempo
Em Minas Gerais, 233 municípios estão em situação de risco de surto de contaminação por dengue, chikungunya, zica e febre amarela urbana. A partir do aumento do resultado do Liraa, a SMS direcionou os ACEs a intensificar os trabalhos de tratamento, vistoria e eliminação de possíveis criadouros, além de orientar a população sobre os perigos das doenças causadas pelo Aedes aegypti, os criadouros e quais medidas devem ser tomadas para a eliminação dos focos do mosquito.