O molusco, considerado um dos mais prejudiciais do mundo, afeta os bairros Caminho Novo, Major Lage de Baixo, Jardim dos Ipês e Gabiroba. Agentes irão de porta em porta orientar e recolher as conchas dos moluscos apreendidas pelos moradores. Em caso de dúvida, a população pode entrar em contato com a Diretoria de Controle de Zoonoses pelo telefone (31) 3839-2643.
O caramujo africano, praga em todo país, e responsável pela transmissão de doenças como a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase, já está sendo combatido em Itabira, principalmente no bairro Caminho Novo, local com maior incidência do molusco. Os agentes de combate a endemias (ACE’s) intensificarão a ação, a partir de segunda-feira (23/01), orientando moradores e coletando material in loco.
Em seguida, o trabalho será realizado no Parque de Exposições e nos bairros Gabiroba e Jardim dos Ipês, onde há aparições esporádicas do vetor.
O Achatina fulica, nome científico do molusco, é nativo da África Oriental e não tem predador natural no Brasil. Ele se prolifera em ambientes quentes, úmidos e com sombra. Terrenos abandonados e quintais das residências são o habitat ideal para a reprodução desses bichos, que também podem ser encontrados em jardins e hortas, dificultando assim a eliminação da praga.
“O caramujo africano libera em torno de 10 a 400 ovos de uma vez, além de transmitir doenças como a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase. A infecção ocorre principalmente quando há ingestão do muco que o caramujo libera”, explicou o Diretor de Controle de Zoonoses do município, Gustavo Pinho.
A orientação é que o caramujo seja coletado por um adulto, protegendo as mãos com luva impermeável ou sacola plástica e utilizando calçado fechado para minimizar os riscos de contaminação. O molusco deve ser colocado em um galão ou outro recipiente que possa ser vedado e então acrescentar sal grosso ou refinado para desidratá-lo e, consequentemente, levá-lo à morte.
“É muito importante jogar o sal apenas depois de aprisionar o caramujo no galão ou outro recipiente, pois o molusco pode liberar os ovos no ambiente quando em contato com o produto. As luvas utilizadas também devem ser descartadas em um saco separado exclusivamente para elas”, ressalta Gustavo Pinho.
Ainda assim, após a eliminação do caramujo o trabalho não termina, pois ele pode ter depositado seus ovos na terra, tornando sua presença persistente no ambiente. Outro ponto importante para o descarte correto das carcaças de caramujos é a possibilidade de acúmulo de água nas conchas, criando risco de foco do mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya.
Todos os galões e sacos plásticos contendo as carcaças dos caramujos serão coletados pela equipe de ACE, da Diretoria de Zoonoses, quinzenalmente. Em caso de dúvida, a população pode entrar em contato com o setor pelo telefone (31) 3839-2643.
Saiba mais
Como o caramujo africano pode ser encontrado em hortas, é muito importante que as hortaliças sejam bem lavadas para retirar e evitar a ingestão do muco liberado pelo molusco. Este material biológico pode estar contaminado pelo parasita Angiostrongylus, causador da meningite eosinofílica. A doença tem evolução benigna, com sintomas que podem durar de dias a meses como distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento, queimação e pressão na pele, rigidez na nuca.
Já a estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e migrar para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar, diarreia, dor abdominal, podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos e dor epigástrica. Em sua forma grave, a estrongiloidíase apresenta os mesmos sintomas e, raramente, hemoptise e angústia respiratória. Quando não tratada, pode levar à morte.