Na tarde desta quinta-feira (05/01), a primeira turma do Facilita Trabalho finalizou o ciclo de atividades técnicas e motivacionais, em uma cerimônia na Câmara de Itabira. Com a presença dos secretários municipais Bernardo Rosa (Governo) e Nélia Cunha (Assistência Social), as 50 mulheres falaram sobre a trajetória do desenvolvimento pessoal para o futuro profissional.
“O Facilita para mim foi uma surpresa muito grande, porque chegou na minha porta e perguntou se eu queria trabalhar. Trabalhei muitos anos na casa dos outros e minha carteira nunca foi assinada. Eu não acredito que agora, depois que a gente está mais velha, assinaram a carteira. Esse era o meu maior sonho e o Facilita realizou. Só tenho que agradecer”. Essa é Aparecida Ramos, de 59 anos, que por meio do Facilita Trabalho é auxiliar em uma escola municipal. “É outro sonho trabalhar com criança porque eu já fiz magistério e não realizei e, para mim, estar com crianças é fantástico”, completou.
Assim como a Aparecida, as outras 49 participantes são mulheres que se encontravam em situação de vulnerabilidade social e foram selecionadas pelas equipes dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Itabira.
De acordo com Juliana Alves dos Santos, supervisora do Facilita Trabalho, o programa é uma parceria com a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Itabira (APMII) e tem como objetivos a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho e a capacitação profissional através de cursos. “Atualmente, elas prestam serviços nas escolas municipais, uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e fazem curso profissionalizante na área de panificação, doces, salgados e quitandas. É o primeiro emprego com carteira assinada da maioria delas e, desde o início do programa, conseguimos perceber o desenvolvimento. Elas já cresceram e se desenvolveram como pessoa e profissional”, explicou.
“Agradeço a Deus a oportunidades de trabalho que o Facilita me deu. Este é meu primeiro emprego, sou auxiliar de portaria e presto serviço na Creche Bom Pastor, no [bairro] Praia. O curso de padaria está sendo muito bom e a minha professora Sandra está brilhando, me ensinando várias coisas e eu já aprendi muito”, destacou Irani dos Santos Costa, de 39 anos, mãe de cinco filhos e morada da comunidade do Engenho. Segundo as colegas de curso, no começo do programa, Irani participava das atividades com o pequeno Emílio, de apenas dois meses de idade, pois não tinha com quem deixar o filho.
A carga horária de trabalho das participantes é de 20 horas semanais nas escolas, como auxiliares de cozinha, pátio ou portaria, em regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com remuneração de meio salário mínimo. Um dia da semana é reservado para o curso de padaria.
“O Facilita Trabalho veio para completar o programa de transferência de renda que é a moeda social Facilita. A contratação dessas mulheres permite o desenvolvimento delas por meio da geração de trabalho e renda, motivando-as ainda a buscarem outro campo de atuação com o curso na área alimentícia. Então, elas podem, além de aprender uma profissão, se tornarem empreendedoras, vendendo e trabalhando com o que produzem”, analisou a secretária de Assistência Social, Nélia Cunha.
Jaqueline Alves, de 53 anos, é estudante de pedagogia e, durante a pandemia, precisou trancar a faculdade porque ficou desempregada. “O Facilita [Trabalho] só me agrega, pois pude voltar para a pedagogia e estou tendo a oportunidade de conhecer o ambiente escolar. Estou lidando com as crianças menores, que é o meu campo de estudo. Além disso, complementa a minha renda depois que perdi o emprego e tive que me tornar artesã para cuidar de mim e da minha mãe”.
Para o secretário municipal de Governo, Bernardo Rosa, o Facilita Trabalho é um programa que vai além da inclusão social. “É um programa de valorização, qualificação e colocação da mulher no mercado de trabalho. E o Facilita só existe por causa das mulheres que fazem parte dele e porque o Governo Marco Antônio se preocupa com o cidadão e a cidadã itabirana, propiciando oportunidades, qualidade de vida, qualificação e aprendizado para as pessoas”, finalizou.
Saiba mais
O Facilita Trabalho irá acolher 130 mulheres em situação de vulnerabilidade. Cada etapa dura seis meses e pode ser renovada, uma vez, pelo mesmo período. A triagem é feita pelas equipes dos Cras, que buscam, principalmente, mulheres que nunca trabalharam, com filhos e sem oportunidades reais de inserção no mercado de trabalho.