A divulgação de dados de inflação mais altos que o esperado nos Estados Unidos (EUA), fez o dólar ter um dia de volatilidade. A moeda norte-americana fechou estável, após aproximar-se de R$ 5,40 nos primeiros minutos de negociação. A bolsa de valores descolou-se das bolsas norte-americanas e caiu pela quarta sessão consecutiva.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (13/10) vendido a R$ 5,273, com alta de apenas 0,01%. Por volta das 9h30, pouco após a divulgação da inflação ao consumidor em setembro nos Estados Unidos, a cotação disparou e chegou a R$ 5,37. Nas horas seguintes, desacelerou e chegou a cair para R$ 5,23 por volta das 14h30. A queda perdeu força no fim da tarde, fazendo a moeda fechar estável.
O mercado de ações também oscilou bastante. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 114.300 pontos, com recuo de 0,46%. Por volta das 10h25, o indicador chegou a cair 1,84%, mas reagiu nas horas seguintes, puxado pela recuperação das bolsas norte-americanas e pela alta internacional do petróleo, que beneficiou as ações da Petrobras, as mais negociadas.
Em setembro, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos ficou em 0,4%, acelerando em relação ao 0,1% registrado em agosto. O avanço do índice de preços aumenta as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) manter os juros altos por mais tempo que o esperado. Taxas altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
Apesar dos dados de inflação nos Estados Unidos, outros fatores reduziram as tensões no mercado financeiro. Primeiramente, as bolsas norte-americanas se recuperaram das quedas recentes e fecharam em forte alta porque as ações ficaram baratas. O índice Dow Jones, das empresas industriais, saltou 2,84%. O S&P 500, das maiores empresas, avançou 2,58%. O Nasdaq, das empresas tecnológicas, ganhou 2,18%.
Em segundo lugar, notícias de que o governo britânico poderia reverter o corte de impostos aos mais ricos trouxeram alívio ao mercado global. A medida da nova primeira-ministra. Liz Truss, foi mal recebida pelos investidores e provocou turbulências internacionais.
Paralelamente, a alta do petróleo ajudou os países exportadores de commodities (bens primários com cotação internacional). Nesta quinta, o barril do tipo Brent, usado nas negociações internacionais, subiu 2%, para US$ 94. O acirramento das tensões entre Rússia e Ucrânia e o corte de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sustentaram a cotação internacional do barril.