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quarta-feira, dezembro 6

Moradores de Barão de Cocais denunciam arrombamento de casas evacuadas

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Dezenas de moradores das comunidades Socorro e Vila do Gongo, em Barão de Cocais, na região Central de Minas, denunciaram à Polícia Militar, na manhã de sexta-feira (26/04) que suas casas, deixadas em função do risco de rompimento da barragem Sul Superior, foram arrombadas.

O moradores relataram à PM que móveis e objetos das residências foram levados. Entre 20 e 25 casas teriam sido saqueadas pelos criminosos. A corporação, porém, informou que não pode comparecer nos locais indicados pelas vítimas para comprovar os arrombamentos porque a área está interditada e não pode colocar em risco a vida dos militares. Entretanto, estão registrando boletins de ocorrência para oficializar a denúncia. Eles se reuniram na manhã de sexta-feira (26/04) para chegarem juntos às suas residências.

A PM relatou ainda que os moradores que foram até as comunidades com casas interditadas podem responder ao crime de desobediência policial. “Foi um arrastão geral”. Uma das moradoras que furou o bloqueio para ver a situação de sua casa fez um vídeo mostrando o imóvel todo revirado, com gavetas jogadas no chão, armários e prateleiras vazios.


“Foi um arrastão geral. Cadê a segurança? Os moradores viraram bandidos, os moradores não podem entrar, não. Mas, em compensação, a bandidagem pode. Entra e faz o que quer. Cadê a Vale, cadê o poder público?”, questiona a moradora, no vídeo. Ela mostra todos os cômodos da casa e lista alguns itens que foram roubados, como o micro-ondas. “Reviraram tudo. Arrancaram gavetas. Não ficou peça sobre peça, nada dentro do guarda-roupa”, lamenta.

Moradora do Socorro, a estudante Maria Clara de Paula Marques, 22, disse que os ladrões invadiram sua casa pelos fundos. “Eles quebraram a janela no quarto do meu pai e pularam. E bagunçaram tudo, reviraram o guarda-roupa, o colchão, os objetos. Do meu quarto levaram  televisor e roupas. Estamos com sentimento de indignação, porque a Vale simplesmente falou que está tendo vigilância 24 horas e que não teve nenhum movimento diferente, mas como se as casas estão todas arrombadas? É muito triste. É um lugar de pessoas honestas e trabalhadoras. Todo mundo é humilde. Agora, se me falarem, por exemplo, compra a TV novamente do seu quarto, eu não tenho condições”, disse.

“Os relatos de furtos e deterioração dos pertences são mais um exemplo do estado de constante insegurança e incerteza dos moradores evacuados e de toda a população cocaiense”, diz o comunicado. A prefeitura também afirmou que no dia 19 de abril havia encaminhado um ofício solicitando “às autoridades competentes que a empresa Vale retirasse com urgência os pertences pessoais e os veículos automotores das comunidades do Socorro, Tabuleiro, Piteiras e Vila do Gongo”.

Resposta da Vale

Por meio de nota, a Vale informou que os locais, conhecidos como Zona de Auto salvamento (ZAS), são vigiados 24 horas por dia e que não há registro de pessoas que tenham entrado na área isolada.

A mineradora também destacou que reitera o cumprimento dos protocolos previstos no Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) para a Barragem Sul Superior. No dia 8 de fevereiro, moradores de Barão de Cocais foram evacuados de suas casas após sirene disparar por conta do rompimento da barragem Sul Superior da Mina do Gongo Soco. Cerca de 500 pessoas deixaram seus lares e, desde então, têm ficado em hotéis, casas de parentes ou residências alugadas pela mineradora.

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