A cada pessoa diagnosticada com dengue, três tiveram sintomas leves ou nenhum sintoma, segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, o que exige atenção extra com os cuidados com a doença, muitas vezes silenciosa e que acaba passando despercebida.
O desconhecimento é um risco no caso dos idosos, que podem apresentar sintomas atípicos e evoluir mais rapidamente para uma desidratação ou um quadro mais grave. A estimativa é resultado de coletas de sangue realizadas em regiões que registraram epidemias.

“Eles ficam prostrados e geralmente não têm febre (um dos sintomas comuns). Eles também podem perder o apetite, ter vômito e tonteira. Os pais também precisam ficar atentos às crianças menores de dois anos, que não sabem explicar direito o que estão sentindo”, alerta o médico infectologista Alexandre Moura, referência técnica de assistência à saúde da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte.
Este ano, em Minas, já são 14 mortes e 140.754 casos prováveis de dengue, que incluem os confirmados mais os suspeitos, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.
Atualmente, para saber se a pessoa teve dengue, é preciso fazer um exame de sorologia. Mas o infectologista diz que do ponto de vista clínico esse exame não é necessário.
“Não vale a pena fazer o exame só para saber se já teve ou não dengue. Isso não faz diferença. O que tem que ser feito é continuar se protegendo. Não tem benefício clínico, por isso não é muito utilizado”, esclarece.
O médico diz ainda que não existe exame para saber se a pessoa é mais resistente aos sintomas da dengue ou não. “Muitas pessoas têm sintomas leves, uma mialgia ou cefaléia. Outras vezes não manifestam sintomas. Isso ocorre geralmente porque o organismo infectado é mais resistente ou o vírus injetado pelo mosquito foi em menor quantidade”, explica o médico.