Se você acha que sua vida está difícil, imagine para o povo do Haiti, principalmente para as criancinhas.
A fome assola a maioria da população do Haiti. Um país devastado pela guerra civil e por desmandos de políticos corruptos. As forças de paz do Brasil tentam mudar a realidade daqueles que vivem em meio ao caos. A Ong Rio, com projetos sociais, tenta disseminar a paz. A fome é a maior adversária de qualquer tentativa de pacificação desse gente. Foi duro ver crianças comendo biscoitos de barro para enganar a fome.

O símbolo da miséria no Haiti é um biscoito feito de barro, água e manteiga. Batizado de “Té”, a receita serve para tapear a fome. Mulheres desesperadas coletam restos de construção e misturam com água e manteiga em tinas de plástico e metal velhas e sujas. Quando não há manteiga, elas usam apenas água. Raras vezes põem sal, produto de luxo.A massa encardida, da cor de argila, é espalhada em tablados de madeira ou metal e ganha a forma de biscoitos, parecidos com pequenas panquecas. As mulheres usam colheres para espalhar centenas desses biscoitos pelo chão para que sequem ao sol. Por causa da água, eles incham e depois endurecem.

Crianças comem o biscoito de barro ao longo do dia para, segundo Marie Timouche, 33 anos, ‘espantar a fome’. Ela diz que também vende um pouco da produção para outros moradores. “Dá até para ganhar um pouco de dinheiro”, diz ela, que é mãe de quatro crianças pequenas. Quando a família não recebe doações, o “Té” é a única refeição do dia.
O futuro do Haiti está atrelado à luta contra a fome “mangu” em creole. “Mangu, mangu”, dizem as crianças pelas ruas, passando as mãos secas e enrugadas pela barriga inchada.
Qualquer imagem de um país miserável fictício perderia para a realidade haitiana.

O general brasileiro Floriano Peixoto Vieira Neto, comandante da Minustah, acredita que a frágil estabilidade na segurança precisa ser mantida e ampliada para atrair investimentos internacionais.
