O inquérito criminal que apura a tragédia ocorrida em Brumadinho, na Grande BH, permite apontar a hipótese de homicídio com dolo eventual – quando se assume o risco de cometer crime.

Segundo o chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra Meio Ambiente, há fortes indícios que apontam para o crime de dolo eventual da Vale já que, para o investigador, a mineradora sabia do risco de rompimento da barragem, apontado pelo Plano de Ação Emergencial de Barragem (PAEBM).
A Polícia Federal também participou da oitiva e, de acordo com o delegado Luiz Nogueira, a corporação tem provas suficientes para indiciar a mineradora por falsidade ideológica. Conforme ele, está comprovado que a Vale utilizou documentos falsos para conseguir a licença para o descomissionamento da barragem.
O inquérito que apura a suposta falsidade ideológica da Vale deve ser concluído ainda na primeira quinzena de abril. As declarações foram dadas na segunda-feira (25), dia em que a tragédia completou dois meses.
Defesa
A Vale se eximiu da responsabilidade e declarou que a Tüv Süd deveria ter “responsabilidade técnica, independência e autonomia na prestação de seus serviços”. Além disso, a mineradora disse que empresa alemã deveria privilegiar “a segurança acima de tudo”.