
Medo, incerteza e revolta. Há 30 dias esses são sentimentos comuns aos quase 40 mil habitantes de Brumadinho, na Grande BH, que viram povoados e histórias serem devastados pela lama após o rompimento da barragem da Vale. Passado um mês da maior tragédia de Minas em número de mortes das últimas duas décadas, a população atingida clama por socorro.
Queixas dos atendimentos oferecidos pela mineradora estão espalhadas pelos quatro cantos da cidade. As principais reclamações vêm do distrito de Córrego do Feijão, um dos mais afetados. Lá, segundo moradores, faltam psicólogos, informações e atendimento médico de urgência. Prova de que a assistência dada nos primeiros dias depois do desastre diminuiu com o passar do tempo.
Antes, as pessoas contavam com um ponto de apoio da empresa, estruturado na principal rua da comunidade. Orientações eram repassadas por funcionários da Vale, e havia distribuição de refeições, mantimentos e água. O local foi esvaziado e transferido para o antigo restaurante Casa Velha, mais distante e que não oferece café da manhã, almoço e jantar.
Crítica
Integrante da força-tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale, o promotor de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) André Sperling diz que as denúncias registradas refletem um descaso com os atingidos.
“A Vale não se preocupou em evitar o rompimento e agora continua sem se preocupar com as pessoas, visando apenas maximizar seus lucros e restringir os direitos”, critica.
fonte:JHoje