A Justiça determinou o bloqueio de R$ 11,5 milhões em bens do atual deputado e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) por suspeita de uso, sem comprovação de interesse público, de aeronaves oficiais do Estado para 1.337 voos às cidades do Rio de Janeiro, Cláudio (MG) e outros municípios.
A decisão liminar (provisória) foi publicada nesta quinta-feira (21) pelo juiz Rogério Santos Araújo Abreu, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte. Nela, o magistrado também aceita a ação civil pública do Ministério Público (MP) e transforma o ex-governador em réu. Ele deu prazo de cinco dias para que Aécio apresente bens no valor citado à Justiça. A defesa do deputado diz que irá recorrer.

De acordo a Promotoria, enquanto governava Minas Gerais, Aécio Neves realizou 1.424 deslocamentos aéreos de janeiro de 2003 a março de 2010, quando deixou o cargo para concorrer ao Senado. Desses, apenas 87 tiveram justificativa. Os demais foram feitos para transporte de passageiros que não identificados no momento dos voos, afirma a acusação.
Cláudio, a 150 km de Belo Horizonte, é um dos redutos da família de Aécio e onde o governo de Minas gastou quase R$ 14 milhões para construir um aeroporto dentro de uma fazenda do tio do ex-governador. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo em 2014. Na ação, o MP questiona 116 voos a Cláudio.