O secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, disse que o modelo de privatização da Vale tem equívocos e precisar ser refeito.

“Nós estamos aqui pra reprivatizar a Vale”, disse, durante palestra em seminário promovido pela revista “Voto”, em Brasília. Para ele, a mineradora não foi privatizada de fato, uma vez que é controlada por fundos de pensão ligados a empresas estatais. Ele defendeu que haja uma reflexão sobre esse aspecto.
O secretário criticou a forma como a Samarco e a Vale foram “demonizadas” após as tragédias registradas em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. Mattar disse ter ficado horrorizado com a forma como a Samarco foi “destruída”.
“Deveríamos emocionalmente separar aquilo que é da empresa, a indenização material de vida, de reconstrução do meio ambiente, do CPF dos responsáveis daquilo que aconteceu”, afirmou.
Mattar considera natural que, num período de tempo, de cerca de três anos, as ações da companhia sejam vendidas pelos fundos. Porém, ele afirmou que a venda das ações da companhia pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, não acontecerá agora e pode demorar um, dois ou três anos.
Críticas a Lewandowski
Mattar afirmou também que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski está retendo a privatização das subsidiárias da Petrobras. O ministro é relator de diversas ações sobre concessões à iniciativa privada. Em junho, decisão liminar (provisória) de Lewandowski proibiu o governo de privatizar estatais sem o aval do Congresso.
Salim Mattar voltou a afirmar que a Petrobras, Caixa Econômica e Banco do Brasil não serão privatizadas, e sim remodeladas. Citou ainda a meta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de vender US$ 20 bilhões em estatais neste ano.
fonte: Valor Econômico